Eventualmente, encontrava meu filho intrigado com algum graveto ocioso no jardim, observando formigas, outras vezes imerso em seu universo brincando com peças de legos. Tais cenas me levaram a questionar em qual momento da vida nós, adultos, perdemos a habilidade inata de adentrar no estado meditativo de autoconexão que costumava ocorrer tão naturalmente no início de nossas vidas.
A estrutura social no mundo de hoje exige que dediquemos boa parte da nossa energia ao próximo quando desempenhamos papéis de cônjuge, pai, mãe, profissional, amigo, etc. O problema deste padrão é a negligência da necessidade de investir energia em fatores que trarão real felicidade, realização e autovalor, deixando as pessoas confortáveis em contentar-se com questões menores, como elogios, ganhos materiais, etc. Tal comportamento nos afasta da verdadeira natureza de paz e amor irrestritos, refletindo na falta de clareza e percepção do universo, tanto interna quanto externamente. O resultado disso está nítido na sociedade através dos altos números de pessoas que sofrem com ansiedade, estresse, depressão e outros problemas emocionais.
Para aqueles que sentem a necessidade de redimir a autoconexão perdida, a boa notícia é que o reencontro consigo é uma questão de escolha. Com disciplina e amor, o olhar para si pode ser aprendido, praticado e adquirido como hábito após certo período.
A chave é voltar a energia para dentro a fim de acessar recursos de consciência, sabedoria e confiança para reconhecer experiências (tanto agradáveis quanto desagradáveis). Você perceberá que colocar-se em um lugar de autoconsciência e compaixão por si e pelos outros, tornará você menos reativa.
A meditação é uma técnica útil que pode ajudar no estado de presença, mas é preciso estar mentalmente preparado e consciente de que a pratica exigirá disciplina e força de vontade no início. Apesar disto, os benefícios compensam todo o esforço proporcionando melhor foco e concentração, melhora da autoestima, autoconsciência, redução do estresse, ansiedade, depressão, vícios, dores físicas.
Para aqueles que estão prontos para começar a praticar meditação, aqui estão algumas dicas:
1) Tenha um espaço na sua casa reservado para meditar com o mínimo de distração possível.
2) Experimente meditar sentado com as costas retas. Use uma cadeira, caso fique desconfortável.
3) Utilize de técnicas para aprender a se concentrar, como:
*focar na respiração e na sensação que o ar promove nas narinas;
*realizar meditação guiada com um professor ou aplicativo no celular;
*concentrar-se em um objeto à sua frente (focar o olhar na chama de uma vela, por exemplo);
*cantar mantras ou repetir afirmações positivas (vocal ou mentalmente);
*induzir o processo meditativo através de repetições fazendo uso de um japamala;
*realizar um raio x de cada membro do seu corpo dedicando atenção a ouvir a necessidade de cada um deles.
4) Deixe as distrações irem e virem. Uma vez que sua mente divague, reconheça o pensamento que te distraiu e tente deixá-lo ir com a mesma fluidez com que chegou. Em seguida, volte suavemente a atenção para a respiração.
"Seja a mudança que você quer ver no mundo" | Mahatma Ghandi
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Namastê!